A respiração lateral no estilo borboleta

A respiração lateral no estilo borboleta

A respiração lateral no estilo borboleta

A técnica de nado diminui o arrasto e melhorar da hidrodinâmica do atleta

Aprimorar a técnica de nado sempre é interessante para o atleta, independente do nível de performance que apresenta. No nado borboleta alguns ícones da elite mundial, como o norte-americano Melvin Stewart e o russo Denis Pankratov, foram campeões com uma curiosa respiração lateral e agora duas estrelas da natação nacional se adaptaram a técnica: Kaio Márcio de Almeida e Daynara de Paula

Porém, a respiração lateral não é restrita a atletas profissionais. Partindo deste pressuposto, fica a critério do nadador realizar a respiração da forma que ele melhor se adaptar. A grande vantagem desta nova forma de respiração é a hidrodinâmica do nado, evitando com que o tronco do nadador tenha que sair demasiadamente da água e por consequência diminuindo o arrasto e economizando o gasto energético.

O estilo borboleta exige muito do tronco e da região abdominal. O nadador desse estilo deve ter bom controle de tronco e pelve para executar a ondulação de forma harmônica. Deve tentar se posicionar de forma mais aplainada possível, buscando gerar menor arrasto do corpo com relação à água. Um movimento ondulatório muito acentuado poderá gerar maior atrito (arrasto) com a água, desacelerando muito o estilo. Como consequência, o gasto energético será muito maior e o nadador terá que mover maior volume de água para se deslocar para frente.

Como todos nós sabemos, o ganho de propulsão final do atleta é dado pela força propulsiva que ele gera menos o seu arrasto na água. Muitos negligenciam estas forças de atrito (resistência) que retêm os nadadores, apenas pensam em ganhar propulsão. E é justamente neste quesito, na diminuição do arrasto, em que a respiração lateral poderá se encaixar muito bem.

No entanto, para que esta mudança ocorra, o técnica/professor do atleta terá que avaliar importante fatores, tanto dentro como fora d`água, onde destacamos alguns deles:

  • A boa aceitação/adaptação do atleta;
  • O amplo movimento e boa mobilidade rotacional de cabeça e pescoço;
  • A sobrecarga na musculatura do pescoço/cabeça;
  • O equilíbrio de tronco e o equilíbrio de força nos braços já que o atleta estará movimentando os braços simultaneamente e sua cabeça estará em rotação, dificultando assim sua noção espacial de movimento.
  • O lado escolhido para a respiração lateral.

Todo este processo deverá ser realizado com muito critério, checando todos os fatores pertinentes ao estilo e as características individuais e biológicas do atleta. Deve-se realizar um período de adaptação ao novo estilo, sendo este processo concretizado através de filmagens – em terra e subaquática -, com muito estudo, crítica e troca de informações com o próprio atleta, pois não sabemos quais serão as consequências em longo prazo de todo este novo processo.

Sugeríamos inicialmente utilizar a nova técnica do nado borboleta em curtas distâncias de treinamento, e aos poucos, aumentar gradativamente o volume. Para finalizar, deixamos essa frase que com certeza deve ter passado pela cabeça daqueles nadadores citados no início do texto: “Uma mudança não nos assegura necessariamente de progresso, mas o progresso implacavelmente requer uma mudança.”

 

Luiz Raphael – ex-técnico da seleção brasileira de natação
Leonardo Medeiros – Fisioterapeuta e Biomecânico

 

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