SAÍDA DO NADO DE COSTAS

SAÍDA DO NADO DE COSTAS

SAÍDA DO NADO DE COSTAS

Confira neste artigo como melhorar e aperfeiçoar sua técnica durante a partida para as provas deste estilo

por Fernando Vanzella

Na natação competitiva, são muitos os fatores que contribuem para boa performance. Um deles é a saída. Se pensarmos em prova de velocidade – 50m -, 30% dela são relativos à saída; na prova de 100m, 15%; e assim por diante. Quanto mais rápida a prova, a saída passa a ter papel mais importante. Dessa forma, treinar esse fundamento é necessário para o sucesso do atleta.

A saída do nado de costas é sem dúvida um dos movimentos mais bonitos entre os fundamentos na natação. Exige muita agilidade e coordenação, sendo necessária prática constante tanto dentro como fora da água.

O nado de costas, diferente dos outros estilos, tem sua saída executada de dentro da piscina. Ao sinal do primeiro apito do árbitro de saída, os nadadores entram na piscina e, no segundo, se posicionam de frente para o bloco de partida – de costas para a piscina. A partir desse momento, o atleta não tem mais visão para onde vai se deslocar. Esse talvez seja um dos primeiros desafios da saída de costas.

O nadador executa os movimentos sem ter a visão do local de entrada na piscina. Muitos jovens nadadores têm dificuldade em executar o movimento exatamente pelo receio a esse ponto. A partir de treinamento desse fundamento, o atleta vai ganhando a confiança necessária para executar o movimento de forma perfeita.

Dividiremos a saída de costas em fases para entendermos melhor cada momento desse fundamento e estudarmos os detalhes para aperfeiçoamento.

Fase 1: Posição do corpo no bloco de partida

Fase 2: Reação

Fase 3: Empurrão

Fase 4: Voo

Fase 5: Entrada na água e Deslize

Fase 6: Ondulação

Fase 7: Break Out e Início do Nado

Fase 1. Posição do Corpo no bloco de partida

Devemos colocar um pé ao lado do outro, nos apoiando com os dedos próximos à superfície da água ou ligeiramente acima, conforme sintamos maior conforto. Os joelhos devem estar em angulo de 90 graus (calcanhar, joelho, quadril). O tronco deve ficar ereto e a cabeça posicionada entre os braços. Ao comando do árbitro de partida, flexionamos os braços e elevamos o quadril em relação ao nível da água, mantendo o joelho na posição.

Fase 2. Reação

Devemos estar prontos para executar a saída. A atenção ao sinal sonoro que permite o início do movimento é nosso principal foco nessa fase. Assim que o escutarmos, iniciamos o movimento, procurando lançar a cabeça e os braços para traz e soltando as mãos do bloco de saída. Esse movimento deve ser executado com os braços ligeiramente flexionados.

Fase 3. Empurrão

Logo que o tronco estiver em 90 graus entre pernas e quadril, iniciamos o empurrão na parede. Nesse momento, as pernas passam da posição de 90 graus para a posição estendida.

Fase 4. Voo

O pé deixa a parede e nesse momento podemos enxergar um “arco” – o quadril deve subir o máximo possível. Geralmente essa é a imagem mais vista em fotos relacionadas à saída de costas, pois é uma das fases mais bonitas do movimento.

Fase 5.  Entrada na água e deslize

Com os braços protegendo a cabeça, na posição streamline iniciamos a entrada na água, procurando fazer com que todo o corpo entre através de um “buraco”. Ao final, as pernas executam pequena golfinhada antes que todo o corpo entre na água. Esse movimento nos auxilia a ficar na posição horizontal de maneira mais rápida, o que minimiza a resistência. Com isso, conseguimos manter boa velocidade no início do nado submerso.

Fase 6.  Ondulação

No final da década de 80, a Federação Internacional de Natação – Fina – limitou o nado submerso a até 15 metros. A partir dessa marca, devemos iniciar o nado de costas. Isso aconteceu porque os nadadores estavam competindo a maior parte da prova embaixo da água, uma vez que o nado submerso muitas vezes é mais rápido que o nado de costas propriamente dito. Durante o movimento de ondulação, os braços devem estar sempre na posição de streamline (protegendo a cabeça); mantemos o tronco o mais imóvel possível, movimentando apenas as articulações do quadril, joelho e tornozelos. A amplitude da pernada não deve ser exagerada, procurando-se otimizar ao máximo a potência das pernas e minimizar a resistência da água. Naturalmente, o corpo inicia a subida para a superfície, não havendo necessidade de o atleta mudar a posição da cabeça ou tronco para isso acontecer.

Fase 7. Break out e início do nado

Essa fase acontece quando estamos próximos à superfície da água. Inicia-se simultaneamente a braçada e a pernada. Ao final da primeira braçada, a cabeça rompe a superfície da água, o que chamamos de break out. A cabeça deve aparecer fora da água antes de ultrapassar a distância de 15 metros permitida pela regra. Nesse movimento de transferência entre a ondulação e o início do nado, devemos manter atenção para que não tenhamos prejuízo na velocidade.

Hoje em dia, todos esses momentos são analisados por treinadores e biomecânicos, buscando sempre diminuir o gasto energético e ganhar o máximo de tempo possível no início da prova.

  • Dicas para aperfeiçoar a sua saída:                                      
  • Faça exercícios de coordenação, agilidade e flexibilidade durante a preparação física fora da água, como por exemplo: pontes, saltos, fit ball, etc.
  • Use a escadinha da piscina como aparelho para apoiar os pés e treinar sua saída
  • Na fase do voo, procure olhar para o lado oposto da piscina (borda, relógio, ou qualquer material colocado no lado oposto da piscina)
  • Coloque uma prancha ou qualquer outro material na superfície da água logo atrás dos quadris e execute a saída procurando passar por cima dela sem tocá-los

Professor Fernando Vanzella

Técnico do SESI e da Seleção Brasileira de Natação

Texto por Swim Channel

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