EXECUTANDO FILIPINA COM EFICIÊNCIA

EXECUTANDO FILIPINA COM EFICIÊNCIA

EXECUTANDO FILIPINA COM EFICIÊNCIA

Confira aqui as características desse movimento do nado peito e dicas de como executar e melhorar a técnica

 por Marcelo Tomazini

 Agora é hora de abordar um dos movimentos mais importantes e exclusivos do nado peito: a Filipina. Como deve ser realizado? Qual a finalidade? Qual o movimento correto? Como fazemos para realizá-lo com maior eficácia? Abordaremos aqui estas e outras questões para que você, leitor, entenda e aplique todas as informações, seja na teoria ou na prática.

Mas para começarmos a falar da Filipina, precisamos realmente saber o que significa este termo. O nome Filipina é originado aqui, no Brasil, e significa nada mais que conjunto de movimentos submersos que complementam o nado peito, iniciando e otimizando a eficácia das saídas e viradas. Esses movimentos possuem regras de execução fortemente regulamentadas pela Federação Internacional de Natação – Fina. Nos Estados Unidos e em alguns artigos em inglês, utiliza-se a denominação long pull ou pullouts.

FASES E CARACTERÍSTICAS

 A Filipina é composta de três fases: impulsão da parede ou saída do bloco, tração + golfinhada e recuperação.

Na primeira fase, após a impulsão da parede ou a saída do bloco, o corpo deve tomar posição a mais horizontal e hidrodinâmica possível, com muita ênfase no streamline – posição de flecha -, na qual o nadador mantém a cabeça bem alinhada ao tronco, olhando para o fundo da piscina, aproveitando toda impulsão realizada no apoio (bloco ou parede). A força de membros inferiores interfere diretamente na execução e na duração dessa fase. Devemos ter muito cuidado com a profundidade para que essa fase não comprometa as outras.

A segunda fase é a mais polêmica. Similar a uma puxada do nado borboleta, o atleta realiza a tração com movimento potente dos braços e complementa a fase propulsiva com a golfinhada. Em 2005, a Filipina sofreu modificação após os Jogos Olímpicos de Atenas, pois antes não era permitida nenhuma ação propulsiva de pernas nesse plano. A partir de então, passou a ser permitida uma única ação de golfinhada, simultaneamente à finalização de braços ou logo após a abertura destes para início.

Lembra-se aqui que a golfinhada poderá ser realizada somente assim que os braços iniciarem abertura para realização da tração, caso contrário, o atleta será desclassificado. Mas em qual momento se deve utilizá-la? Esta pergunta nunca será respondida. Hoje, vemos atletas golfinhando anteriormente à tração dos braços e outros, simultaneamente à finalização desses membros. Isso é muito individual e requer testes e treinos, afinal, cada atleta se sentirá mais à vontade e conseguirá coordenar melhor um dos dois tipos. Neste caso, esse será o melhor momento e, com certeza, sua Filipina mais eficiente.

Por fim, feitos os movimentos propulsivos, é hora de recuperar braços e pernas para dar início ao nado peito propriamente dito. Por isso, essa fase apresenta superimportância, afinal, o corpo estará em máxima velocidade e o interessante é diminuir o atrito ao mínimo. A recuperação dos braços deve ser realizada primeiro, pois, se realizada juntamente com a dos membro inferiores, proporcionará ao corpo grande área de atrito.

O segredo dessa fase é a velocidade nos movimentos, principalmente na recuperação da pernada, mantendo-se a cabeça alinhada ao corpo e com o rosto voltado para baixo para que, ao término, o corpo esteja no melhor streamline para iniciar o nado. Quanto mais coordenada a fase, maior será a potência do nadador na subida à superfície e na execuçào da primeira braçada.

BENEFÍCIOS E CUIDADOS

 A Filipina executada de forma limpa e rápida – veloz na execução de seus movimentos – proporciona ao praticante boa velocidade nas saídas do bloco e nas saídas das viradas. Isto faz que a primeira braçada do nado seja a mais potente e horizontal possível, mesmo a Filipina sendo conjunto de movimentos totalmente submersos. Um bom streamline no início da primeira fase e ao término da terceira fase também ajudará o executor a manter toda velocidade ganha no impulso (parede ou bloco) e na tração (braços e golfinhada).

É importante caracterizar as três fases da Filipina, pois o nadador terá três deslizes, que devem ser bem nítidos e coordenados a fim de aproveitar ao máximo toda velocidade ganha em cada fase. Chamamos na prática de time. Os deslizes devem também ter o mesmo tempo, por isso dizemos que existe grande diferença entre as Filipinas de especialistas nos 50m, 100m e 200m peito. Nessas provas, a Filipina será realizada da mesma forma e com a mesma velocidade de movimentos. A diferença estará no time de cada deslize. Assim, boa coordenação de movimentos propulsivos e recuperativos é a chave para execução eficiente.

Os principais cuidados que se deve ter são os seguintes:

* Profundidade, seja após a saída do bloco ou após a virada. Filipinas em “V” são sempre mais lentas; a melhor posição é sempre a horizontal ao nível da superfície

* Posição da cabeça: ela deve estar o tempo todo alinhada ao corpo com o rosto voltado para baixo – nunca para frente

* Velocidade: não se deve perder velocidade na troca das fases na Filipina; respeitar o time é muito importante

* Recuperação: não realize recuperação dos braços e pernas ao mesmo tempo na fase três. Isso aumenta em demasia a área de atrito do corpo, consequentemente diminuindo a velocidade da Filipina

Bem, esperamos que, com estas definições e dicas, possamos ter interferência direta, a partir de hoje, na execução de sua Filipina.

 

Marcelo Tomazini

Técnico de natação

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